
Por que mentias leviana e bela? Se minha face pálida sentias Queimada pela febre, e minha vida Tu vias desmaiar, por que mentias?
Acordei da ilusão, a sós morrendo Sinto na mocidade as agonias. Por tua causa desespero e morro... Leviana sem dó, por que mentias?
Sabe Deus se te amei! Sabem as noites Essa dor que alentei, que tu nutrias! Sabe esse pobre coração que treme Que a esperança perdeu por que mentias!
Vê minha palidez- a febre lenta Esse fogo das pálpebras sombrias... Pousa a mão no meu peito! Eu morro! Eu morro! Leviana sem dó, por que mentias?
Álvares de Azevedo
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