Olá...

Sejam bem-vindos ao Mundo Mórbido!

Aqui,nosso objetivo é mostrar a arte gótica:a literatura,a música,o cinema.O gótico está em vários lugares,há muitos séculos.

Muitas pessoas nomeiam a cultura gótica de "mal do século",porém,ela nos ajuda a compreender o que está em nossa alma.

Fique a vontade para comentar e dar a sua opinião!Sinta-se em seu mundo...


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Trecho do capítulo 5(Claudius Hermann)-Noite na Taverna


"Não me odeies,mulher,se no passado,nódoa sombria desbotou-me a vida.-É que os lábios queimei no vício ardente e de tudo descri com fronte erguida.

A masc'ra de Don Juan queimou-me o rosto,na fria palidez do libertino:Desbotou-me esse olhar...e os lábios frios ousam maldizer do meu destino.

Sim!Longas noites no fervor do jogo ESPERDICEI febril e macilento,e votei o porbir ao Deus do acaso,e o amor profanei no esquecimento![...]O meu amor...o peito o silencia:Guarda-o bem fundo em sombras do sacrário,onde ervaçal não se abastou nos ermos.

Meu amor...foi visão de roupas brancas,da orgia à porta,fria e soluçando,lâmpada santa erguida em leito infame,vaso templário da taverna à mesa,estrela d'alva refletindo pálida no tremedal do crime.[...]Então,mulher,acordarei do lodo onde Satã se pernoitou contigo,onde inda morno perfumou seu molde cetinosa nuez de formas níveas.

E a loura meretriz nos seios brancos deitou-me a fronte lívida,na insônia quedou-me a febre da volúpia à sede sobre os beijos vendidos.[...]"

A Renascença e a Idade das Trevas


O período iniciado a partir do século XV (apesar de iniciar em épocas diferentes em cada lugar e ter várias fases) conhecido como Renascença, que surgiu na Itália e distribui-se gradativamente por outras regiões do continente europeu, consolidou uma idéia de ressurreição nas artes e na ciência baseadas no resgate da Antiguidade clássica greco-romana. Além de inovações nos aspectos políticos e sociais e avanços técnicos e científicos, foi na Renascença que outros continentes foram descobertos através da navegação, que nasceu a imprensa e inventou-se a bússola. Foi neste período que o alemão Martin Luther deu início à Reforma Protestante; que Michelangelo pintou a Capela Sistina; que Copérnico escreveu De Revolutionibus Orbium, entre outros.Os renascentistas acreditavam que a arte clássica greco-romana, que admiravam e buscavam reviver, havia sido denegrida na Idade Média pelos cristãos e, que a Igreja, através do poder exercido pelos dogmas religiosos, vetava os avanços tecnológicos e condicionava a produção artística. Neste contexto renascentista inclui-se também uma forte oposição ao Clero, embutida no Antropocentrismo, corrente filosófica na qual o homem é o centro do universo e, naturalmente, oposta ao Teocentrismo medieval. Dessa forma, mesmo sendo considerada uma etapa evolutiva do período medieval, a Renascença desprezava a cultura da Idade Média.Assim, grande parte da arte produzida na Idade Média, como a arquitetura, escultura e pintura, foi classificada como gótica, em alusão ao Godos, povo germânico que invadiu o império romano a partir do século III.Esta classificação tinha a clara intenção de denegrir a produção artística medieval, por considerá-la bárbara, rude, grosseira, exagerada; ou seja, com os mesmos adjetivos que caracterizavam os Godos.Assim, a civilização dos Godos, que havia sido diluída no século VIII, portanto, 700 anos antes da Renascença, tornou-se um "bode-expiatório" dos renascentistas e a própria palavra Gótico teve seu sentido ampliado, podendo ser compreendido como sinônimo de bárbaro ou vulgar. Ainda, ao longo dos anos, a Idade Média iria tornar-se conhecida como Idade das Trevas, Noite da Humanidade, entre outras denominações.

História Gótica


Ao longo da história, o termo Gótico foi usado como adjetivo ou classificação de diversas manifestações artísticas, estéticas e comportamentais. Dessa maneira, podemos ter uma noção da diversidade de significados que esta palavra traz em si. Originalmente, Gótico deriva-se de Godos, povo germânico considerado bárbaro que diluiu-se aproximadamente no ano 700 d.C.. Como metáfora, o termo foi usado pela primeira vez no início da Renascença, para designar pejorativamente a tendência arquitetônica, criada pela Igreja Católica, da baixa Idade Média e, por conseqüência, toda produção artística deste período. Assim, a arquitetura foi classificada como gótica, referindo-se ao seu estilo "bárbaro", se comparado às tendências românicas da época. No século XVIII, como reação ao Iluminismo, surge o Romantismo que idealiza uma Idade Média, que na verdade nunca existiu. Nesse período o termo Gótico passa a designar uma parcela da literatura romântica. Como a Idade Média também é conhecida como "Idade das Trevas", o termo é aplicado como sinônimo de medieval, sombrio, macabro e por vezes, sobrenatural. As expressões Gothic Novel e Gothic Literature são utilizadas para designar este sub-gênero romântico, que trazia enredos sobrenaturais ambientados em cenários sombrios como castelos em ruínas e cemitérios. Assim, o termo Gothicism, de origem inglesa, é associado ao conjunto de obras da literatura gótica. Posteriormente, influenciado pela Literatura Gótica, surge o ultra-romantismo, um subgênero do romantismo que tem o tédio, a morbidez e a dramaticidade como algumas características mais significativas. No final da década de 70 surge a subcultura gótica influenciada por várias correntes artísticas, como o Expressionismo, o Decadentismo, a Cultura de Cabaré e Beatnick. Seus adeptos foram primeiramente chamados de Darks, aqui no Brasil, e curtiam bandas como Joy Division, Bauhaus, The Sisters of Mercy, entre tantas outras. Atualmente, a subcultura gótica permanece em atividade e em constante renovação cultural, que não se baseia apenas na música e no comportamento, mas em inúmeras outras expressões artísticas. Nos meados da década de 90, viu-se emergir uma corrente cultural caracterizada por alguns elementos comportamentais comuns ao romantismo do século XVIII, como a melancolia e o obscurantismo, por exemplo. Na ausência de uma classificação mais precisa, esta corrente foi denominada Cultura Obscura. Porém, de forma ampla e talvez até equivocada, o termo Goticismo também é usado para denominá-la. Há algumas semelhanças entre Cultura Obscura e Subcultura Gótica. Mas há também diferenças essenciais que as tornam distintas. Por exemplo, a Cultura Obscura caracteriza-se por valores individuais e não possui raízes históricas concretas como a subcultura gótica.Entre os apreciadores da Cultura Obscura, é possível determinar alguns itens comuns, como a valorização e contemplação das diversas manifes- tações artísticas. Além de uma perspectiva poética e subjetiva sobre a própria existência; uma visão positiva sobre solidão, melancolia e tristeza; introspecção, medievalismo, entre outros. Sintetizar em palavras um universo de questões filosóficas, espirituais e ideológicas que agem na razão humana traz definições frágeis e incompletas de sua essência. Obscuro, Sombrio ou Gótico podem ser adjetivos de diversos contextos e conotações. Mas é, principalmente, o espelho que reflete uma personalidade. Segundo a versão mais difundida, o termo gótico deriva de Godos, o povo germânico que habitava a Escandinávia. Porém, em sua obra O Mistério das Catedrais, Fulcanelli nos apresenta uma outra versão. A palavra gótico seria uma deformação fonética de Argoth (ou Art Goth), uma linguagem restrita utilizada somente por Iniciados em Ocultismo. Embora historicamente essa versão seja incoerente, é uma visão interessante de um grande alquimista.A verdade, que sai da boca do povo, no entanto, manteve e conservou a expressão Arte Gótica, apesar dos esforços da Academia para substituí-la por Arte Ogival. Há ai uma razão obscura que deveria obrigar a refletir os nossos lingüistas, sempre à espreita das etimologias. Qual a razão por que tão poucos lexicólogos acertaram? Simplesmente porque a explicação deve ser antes procurada na origem cabalística da palavra, mais do que na sua raiz literal.Alguns autores perspicazes e menos superficiais, espantados pela semelhança que existe entre gótico e goético pensaram que devia haver uma estreita relação entre a arte gótica e a arte goética ou mágica.Para nós, arte gótica é apenas uma deformação ortográfica da palavra argótica cuja homofonia é perfeita, de acordo com a lei fonética que rege, em todas as línguas, sem ter em conta a ortografia, a cabala tradicional. A catedral é uma obra de art goth ou de argot. Ora, os dicionários definem o argot como sendo uma linguagem particular a todos os indivíduos que tem interesse em comunicar os seus pensamentos sem serem compreendidos pelos os que o rodeiam. É, pois, uma cabala falada. Os argotiers, os que utilizam essa linguagem, são descendentes herméticos dos argo-nautas, que viajavam no navio Argo, falavam a língua argótica – a nossa língua verde – navegando em direção as margens afortunadas de Colcos para conquistarem o famoso Tosão de Ouro. Ainda hoje se diz de um homem inteligente mas também muito astuto: "ele sabe tudo, entende o argot". Todos os Iniciados se exprimiam em argot, tanto os vagabundos da Corte dos Milagres – com o poeta Villon à cabeça – como os Frimasons ou franco-mações da Idade Média, hospedeiros do bom Deus, que edificaram as obras-primas góticas que hoje admiramos. Eles próprios, estes Nautas construtores, conheciam a rota do Jardim da Hespérides...